Sim, a tendência é que o cargo deixe de existir. Não porque ele não é importante, mas porque não se trata mais apenas de recursos humanos. Agora a tendência é a criação de times mistos. Por isso o uso do nome “Recursos Humanos” para o departamento não faz mais sentido, embora a função seja cada vez mais importante.
Os times mistos são descritos como aqueles compostos por máquinas (algoritmos) e humanos. Dessa forma, não podemos falar mais apenas de um departamento de recursos humanos, já que foi introduzido mais um elemento aos times.
No Collar
O nome originalmente dado a essa tendência é “no collar” – isso porque robôs não usam colarinho (camisas). O termo vem da prática americana de identificar o trabalho de uma pessoa pela cor do seu colarinho (ex.: blue collar é uma pessoa que costuma trabalhar no chão de fábrica).
Departamentos de recursos humanos ou híbridos?
Caso essa tendência venha a se consolidar de fato, não faz sentido denominar o departamento de “recursos humanos”. Talvez seja o caso de renomeá-lo como departamento de recursos híbridos ou departamento de times mistos. Fato é que o nome Departamento de Recursos Humanos já não é um termo atual uma vez que tratamos dessa colaboração entre humanos e máquinas.
Humanos e máquinas, juntos
Sim, trata-se de colaboração. Uma pesquisa feita pela Harvard em 1500 empresas apresentou como resultado que as empresas que substituem pessoas por máquinas tem ganhos de produtividade de curto prazo, mas a longo prazo a estratégia é um tiro pela culatra.
Segundo o estudo, as empresas obtêm melhor desempenho quando humanos e máquinas trabalham juntos. Por meio dessa inteligência colaborativa, humanos e a inteligência artificial podem apresentar resultados melhores em conjunto do que individualmente por conta de suas habilidades complementares: liderança, trabalho em equipe, criatividade e habilidades sociais dos humanos, além da velocidade, escalabilidade e capacidade quantitativa das máquinas.
Autor: Erik Fontenele Nybo, cofundador da EDEVO e head de inovação no Molina Advogados. Foi gerente jurídico global da Easy Taxi, tendo criado o departamento jurídico e foi responsável pelas questões legais em todos os países de atuação da empresa. Autor e coordenador do livro “Direito das Startups” (Juruá), autor no livro “Regulação e Novas Tecnologias” (Forum) e coordenador do curso “Direito em Startups” no INSPER. Pesquisador do GVCEPE – Fundação Getúlio Vargas. Advogado formado pela Fundação Getúlio. Email para contato.
Fonte: https://startupi.com.br/2019/10/recursos-humanos-fim-do-cargo/