O conto “Os Três Príncipes de Serendip” relatava como suas altezas viajavam e estavam sempre fazendo descobertas, por acidente e sagacidade, de coisas que não estavam em busca”.
Muitos passaram a considerar a serendipitia como um “feliz acidente”, deixando de lado a questão da sagacidade, que significa exatamente a agudeza da inteligência.
O fato de não ser um esforço intencional não significa crer na sorte ou no resultado fortuito. Pelo contrário, se não foi por esforço ou necessidade, o que os príncipes perceberam revela um extraordinário uso da intuição, desse sistema alternativo de pensamento responsável pela imaginação e por encontrar conexões e padrões entre coisas díspares.
Não depende apenas de intuição, a capacidade de deduzir e filtrar coisas a partir do que foi percebido completa a noção de sagacidade.
Vamos diferenciar os conceitos: perspicácia é a capacidade de perceber e considerar detalhes; sagacidade é o uso intuitivo dos detalhes percebidos para inferir coisas. Ambos ocorrem rapidamente e sem esforço, o que denota o uso de sensibilidade e intuição, mais que razão.
Sagacidade e perspicácia são coisas de “sabidos”, não de gente culta ou de muito estudo.
Fonte: Sabbag, Paulo Yazigi. Inovação, Estratégia, Empreendedorismo e Crise . Alta Books. Edição do Kindle.