Controlar coisas com o poder da mente?
Hoje em dia, basta pedir para a Alexa que algumas tarefas domésticas são ativadas. Agora, já pensou em fazer isso sem dizer nada, usando só a força do pensamento? Não será preciso ser um Uri Geller (só os 40tões vão se lembrar) para conseguir mover os objetos com a mente: tecnologias com interface cérebro-computador (BCI, na sigla em inglês) prometem ser revolucionárias no futuro. E não estamos muito longe disso, não! Diversos experimentos mostram que é possível enviar comandos com o pensamento. Confira algumas novidades desse segmento.
Abra sua cabeça
Em 2016, um engenheiro da Arizona State University viralizou ao comandar um drone com a mente. Ele usava uma touca parecida com as de natação que era cheia de sensores para captar os comandos. Esse tipo de BCI é chamado de não invasivo, já que utiliza objetos externos para captar os sinais. Entretanto, a tecnologia também prevê dispositivos implementados diretamente no cérebro ou sob o crânio. Claro que esses sensores serão minúsculos, alguns com tamanho de um grão de areia, mas garantem um poder de precisão muito mais refinado.
Tecnologia de explodir mentes
Outro experimento de implante cerebral envolveu 20 pessoas paralíticas para tentar dar mais autonomia para suas vidas. Chamado de BrainGate, ele está sendo conduzido há 5 anos pela Brown University e pela Blackrock Microsystems e tem a finalidade de mapear precisamente os neurônios envolvidos com as questões motoras. Assim, será possível controlar próteses robóticas ou usar o computador apenas com a mente. Outra possibilidade é a de implantar chips que ajudem a melhorar a memória de pacientes com Alzheimer ou que tenham sofrido derrame. Porém, as aplicações da tecnologia BCI podem ser infinitas – e isso pode ser muito perigoso.
Guerra mental?
Timothy Marler, engenheiro de pesquisas sênior da RAND Corporation, que olha para as tecnologias futuras, acredita que o BCI deveria primeiro ser estudado em um conceito militar. Como uma guerra é um lugar caótico, se as tecnologias funcionarem direito nesse ambiente, certamente elas terão boa aceitação no mundo normal. Além disso, também devemos prever os riscos do uso dessa tecnologia para causas ruins, principalmente nesse contexto conflituoso. Entretanto, aplicações práticas mais complexas ainda devem demorar algumas décadas para ficarem prontas.
O toque do rei Midas
Se até agora você ainda não se convenceu de que essa história, que mais parece ficção-científica, vai sair do papel, só temos um nome para te dizer: Elon Musk. O segundo cara mais rico do mundo, dono da Tesla e da SpaceX, também tem outro empreendimento ainda pouco comentado, a Neuralink. Criada em 2016, a companhia quer turbinar os cérebros humanos, para que eles tenham a mesma capacidade da inteligência artificial, que cada vez está mais poderosa. A Meta é outra que começou a desenvolver um capacete não invasivo para as pessoas poderem postar só com o pensamento, mas abandonou o projeto.
Homem x Máquina
A Neuralink não divulga tanto seus avanços e, quando faz isso, costuma ser de maneira bem teatralizada. A última amostra ocorreu em abril deste ano, quando um macaco-rhesus foi mostrado jogando Pong só com a mente. Rolou um bafafá de curiosos e de defensores dos direitos dos animais, mas a “brincadeira” já tinha sido feita lá em 2015 pelo BrainGate – com humanos, claro. No futuro, Musk quer conectar o cérebro da galera a todos os gadgets, não se limitando a apenas questões médicas e de acessibilidade. Afinal, a gente precisa continuar mais inteligente que os robôs, certo?
Fonte: The Brief