Voltar ao presencial?

Os dois lados da história

Com o mundo voltando para algo que lembra a normalidade, muitos negócios atualmente 100% remotos avaliam uma volta parcial ou total aos escritórios. Acontece que, enquanto pessoas em posição de gerência para cima mal podem esperar pelo cafezinho pós-almoço, a base do organograma deseja passar o mais longe possível da porta da firma. Essa conclusão foi divulgada em relatório recente publicado pela Future Forum, um consórcio de pesquisa criado pelo Slack (ele mesmo, o software do @channel). Os profissionais do FF realizaram um levantamento com mais de 10 mil profissionais, espalhados em 6 países, e perceberam que a visão sobre um possível revival corporativo muda de acordo com o cargo da assinatura de e-mail da pessoa.

Realidade em tamanho único

Enquanto 44% dos executivos entrevistados pelo Future Forum ficariam felizes da vida em ir ao escritório de segunda a sexta, apenas 17% dos funcionários optariam por esse esquema de trabalho. Essa discrepância, de acordo com os pesquisadores, pode ser resumida no seguinte termo: desconexão da realidade alheia. Para os executivos, ir para o trabalho não costuma ser um problema porque esses funcionários em geral moram mais perto do escritório e vão de carro, diferentemente da maioria das pessoas que utilizam transporte público para locomoção. O segundo aspecto abordado é que, à medida em que subam de cargo, mesmo pessoas que começaram em posições iniciantes esqueçam ou minimizem os perrengues passados. Resultado: muitos gerentes realmente acreditam que os demais colaboradores também têm o mesmo desejo de retornar ao dia a dia da firma.

Emprego non grato

O terceiro ponto mencionado no documento é a falta de transparência para a tomada de decisões: na quase totalidade das situações, os funcionários são apenas comunicados das mudanças e não têm poder para fazer sugestões ou adaptações. Porém, esse embate entre as duas pontas do negócio deve impactar as empresas de forma inédita. Nos EUA e em alguns países da Europa ocorre um movimento batizado de “A Grande Demissão”, onde as pessoas estão deixando os empregos mesmo sem oportunidades à vista. E a tese de que essa demissão em massa chegue aos negócios que fizerem questão de retornar 100% presencial é apontada no relatório: 57% dos respondentes afirmaram que pretendem mudar de emprego até o próximo ano.

Fonte: THE BRIEF

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