O autor do artigo, Mo Shaikh, defende que Web3 merece um lugar permanente na agenda dos tomadores de decisão global, por sua capacidade de oferecer uma alternativa pública ao ambiente centralizado e hiper-regulado da internet.
Para isso, Shaikh acredita que três coisas são necessárias: primeiro, convencer as gigantes do Web2, como Google, Apple e Amazon, a investirem em cima de blockchains construídos para melhorar a experiência do usuário e lidar com escala; segundo, capacitar os desenvolvedores corporativos e independentes a criarem aplicativos descentralizados em uma ampla variedade de casos de uso; e terceiro, aproveitar oportunidades, como o Fórum Econômico Mundial, a CES ou a Assembleia Geral das Nações Unidas, para defender os benefícios do Web3 para um grupo concentrado de tomadores de decisão global.
Shaikh ressalta que os últimos sete anos foram dedicados a testar as limitações de Web3 e blockchain em um vácuo relativo.
Ele acredita que, para que Web3 se torne parte da rotina diária em todo o mundo, é preciso preencher lacunas significativas na experiência do usuário, segurança e entretenimento.
Shaikh está confiante de que os próximos anos de desenvolvimento trarão acesso, sofisticação e melhoria geral ao ecossistema Web3.
Para levar as experiências digitais de volta às pessoas por meio do Web3 de forma significativa e escalável globalmente, é necessário expertise técnico e transparência – elementos críticos da agenda anual do encontro Davos.
Shaikh também enfatiza que é importante envolver líderes empresariais e governamentais no Web3, e ele está otimista em relação ao futuro da tecnologia se conseguirmos usar fóruns como Davos ou UNGA para guiar governos, empresas e a sociedade em direção a uma comunidade digital mais transparente, inclusiva e orientada pela experiência.
O autor afirma que é incumbência das pessoas inovando o Web3, muitos desenvolvedores independentes ou startups, defender o valor social da tecnologia.
Ele destaca que, embora possa parecer uma perda de controle, a descentralização é na verdade algo positivo para governos, agências regulatórias e empresas de tecnologia. Especialmente quando a infraestrutura subjacente do blockchain é projetada para fornecer um campo de jogo aberto para usuários e uma backend seguro, atualizável e sem permissão para todos influenciarem, incluindo reguladores, CTOs Fortune 500 e desenvolvedores independentes que trazem novas experiências para os usuários.
Por fim, Shaikh acredita que, após um período de cripto-inverno em 2022 e os eventos relacionados à implosão do FTX, a indústria de Web3 se recuperará no próximo ano por meio de casos de uso com valor social, como jogos e redes sociais. No entanto, para que Web3 realize todo o seu potencial, é preciso o apoio de partes interessadas locais e globais.
Mo Shaikh é descrito como o co-fundador e CEO da Aptos Labs, uma empresa sediada em Palo Alto, Califórnia, nos Estados Unidos. Ele é um empreendedor com mais de uma década de experiência em serviços financeiros multinacionais e em blockchain/cryptomoedas. Mo também liderou parcerias estratégicas em blockchain para a Novi, a carteira digital do Facebook, e fundou e atuou como CEO da Meridio, uma empresa baseada em blockchain apoiada pela ConsenSys que emitiu a primeira fração de ações imobiliárias do mundo. Ele também já foi consultor do Fórum Econômico Mundial sobre sua estratégia global de blockchain, incluindo moeda digital emitida por banco central.
Fonte: https://news.crunchbase.com/web3/global-decision-makers-davos-shaikh-aptos
Luiz Guilherme Guedes 